Notas Biográficas

CASIMIRO, António (cenógrafo)
António Casimiro Sá O da Silva nasceu em Lisboa, a 26 de Junho de 1934.
Cursa a Escola de Artes Decorativas António Arroio e frequenta a Escola Superior de Belas Artes de Lisboa.
Em meados da década de 50 começa a fazer cenários para récitas de amadores, mas só em Dezembro de 1958, quando admitido na RTP como assistente de cenografia, se profissionaliza nesse campo.
Em 1960 é já cenografista da televisão, sendo inúmeros os trabalhos que aí realizou. 
 Em 1961-1962 é bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian em Roma (RAI) e Paris (ORTF).
Para além da televisão, António Casimiro ocupa a década de 60 com uma actividade intensa como pintor (várias exposições colectivas em Portugal, França, Itália,  Bélgica e, em 1964, é um dos fundadores da Galeria Época de Lisboa) e como cenógrafo teatral.
O seu primeiro trabalho data de 1961 (O Pescador à Linha, de Jaime Salazar Sampaio, (enc. Artur Ramos), no Teatro Nacional).
Dos primeiros anos da sua carreira teatral refira-se ainda, entre outras peças, a cenografia para  :
O Braço da Justiça,
de Joaquim Paço d'Arcos (enc. Varela Silva, 1963),
As Espingardas da Mãe Carrar
, de B. Brecht (enc. João Lourenço, 1974), Português, Escritor, 45 Anos de Idade, de Bernardo Santareno (enc. Rogério Paulo, 1974),  

O Vento nas Ramas do Sassafraz, de René Obaldia (enc. Carlos Avilez, 1977),  
O Caso da Mãozinha Misteriosa, de Ary dos Santos, Augusto Sobral e Rui Mendes (enc. Rui Mendes, 1978),  
O Chá dos Generais, de Boris Vian (enc. Rui Mendes, 1979), 
As Três Irmãs, de Tchekhov (enc. Costa Ferreira, 1980),  
O Suicidario,  de Nikolai Erdman (enc. João Lourenço, 1983), e A Boa Pessoa de Setzuan, de Bertold Brecht (enc. João Lourenço, 1984.
Em revista assinalam-se trabalhos seus em :
Lisboa é Sempre Mulher, de Paulo da Fonseca, Rogério Bracinha e César de Oliveira (enc. Camilo de Oliveira, 1968) e  
P'ra Frente Lisboa, de Paulo Fonseca, Rogério Bracinha e César de Oliveira, 1972.
Bolseiro do governo italiano, frequenta em 1973 um curso geral de televisão em Florença. 

Em 1975 faz um estágio, em Paris, na televisão francesa sobre a cor em TV. 


Foi professor de cenografia no Conservatório Nacional-Escola Superior de Teatro e Cinema de 1980 a 2004.

Na ultima década do séc. XX e inicio do actual, o teatro e a televisão continuam a ser a base do seu trabalho.

Em teatro fez cenários para :

Retrato de Uma Família Portuguesa, de Miguel Rovisco (enc. Artur Ramos), em 1991, no Antigo Colégio de St° Antão-o-Novo (Hospital de S. José),  
Felizmente Há Luar, de Luís de Sttau Monteiro (enc. Artur Ramos) nas Ruínas do Chiado e O Tempo e o Quarto, de Botho Strauss (enc. João Lourenço) no Teatro Aberto, 
ambas em 1993,  
Fernando Krapp Escreveu-me uma carta, de Tankred Dorst (enc. João Lourenço), em 1997, no Teatro Aberto, 
O Homem Dentro do Armário, de Miguel Rovisco (enc. João Mota) em 1997, no Novo Ciclo, em Tondela.
As Vezes Neva em Abril, de João Santos Lopes (enc. João Lourenço), em 1998, no Teatro Aberto,  
Luz de Inverno, de David Hare (enc. João Lourenço), em 1999, no Teatro Aberto,  
Andy & Melissa, de A.R. Gurney (enc. António Pires), em 2001, no Auditorio do Casino do Estoril,  
A Vida Tem Destas Coisas, a partir de três farsas de Mário de Carvalho (enc. José Peixoto), no Teatro Municipal de Almada,  
A Verdadeira Historia da Gata Borralheira, de Robert Walser, (enc. Jorge Listopad), em 2002, na Casa de Teatro de Sintra, 
a ópera Albert Herring, de Britten (enc. João Lourenço) no Teatro Aberto e Sexta-feira, de Hugo Claus (enc. J.Peixoto), nos Recreios da Amadora, todas em 2003,  
Pedra Tesoura Papel de Daniel Keen, (enc. de Jorge Listopad) no Teatro de Almada,  
Só no Quartier Latin textos de António Nobre, (enc. Jorge Listopad) no Teatro da Trindade, João Gabriel Borkman de H. Ibsen, (enc. Armando Caldas) no Intervalo Grupo de Teatro 
e  
Casa de Bonecas de H. Ibsen, (enc. João Mello Alvim), no Teatro Chão de Oliva, todas em 2007, entre outras.
Na televisão, destaca-se a cenografia das peças de teatro :
O Mundo Começou às 5 e 47, de Luiz Francisco Rebello (1992) 

As Nuvens, de Aristófanes (1993) 
Séries Ballet Rose (1997),  
Médico de Família (1999),  
Conde d'Abranhos (2000),  
Jardins Proibídos (2000),  
Tudo por Amor (2002), 
Lusitana Paixão (2003) 
e  
Conta-me como Foi (2007).
No cinema destacam-se :
A Promessa, de Antonio de Macedo (1972),  
Benilde ou a Virgem Mãe, de Manoel de Oliveira (1974), 
O Rei das Berlengas, de Artur Semedo (1975-1977),  
Amor de Perdição, de Manoel de Oliveira (1976-1979), Cerromaior, de Luis Rocha (1979-1980)  
Francisca, de Manoel de Oliveira (1980), 
O Banqueiro Anarquista, de Eduardo Geada (1981), 
Os Abismos da Meia-Noite, de Antonio de Macedo (1982) 

Le Soulier de Satin, de Manoel de Oliveira (1984-1985).
Em 1998 é convidado por Rebecca Horn para cenografar o filme "The Buster's Bed Room".